O nacionalismo presente no romance sertanejo “inocência”, de visconde de taunay
“Inocência”, de Visconde de Taunay
A narrativa Inocência, de Visconde de Taunay, foi publicada em 1872. Seu contexto histórico de produção foi marcado por mudanças profundas na política do Brasil. Em 1870, foi fundado o Partido Republicano Brasileiro, que defendia a transição pacífica de Monarquia para República. No ano seguinte, foi decretada a Lei do Ventre Livre, promulgada em 28 de setembro de 1871, dava liberdade aos filhos de escravas nascidas a partir desta data. No ano de 1872, religiosos são condenados à prisão por recusar a ordem de suspender a punição de membros da maçonaria, ligados a D. Pedro II. Por isso, até 1874, a Igreja Católica, submetida ao poder do Estado desde o período colonial, se encontra em conflito com o imperador. O livro conta a história de amor entre Inocência e seu amor Cirino. Única filha de Martinho dos Santos Pereira, um mineiro viúvo que vive num sítio isolado, Inocência se apaixona por Cirino, um prático de farmácia que se fazia passar por médico e que é levado à casa da jovem para tratar de sua saúde. Apesar de viver praticamente reclusa no fundo da casa, os breves contatos com Cirino, por ocasião das consultas médicas, despertam em Inocência a chama da verdadeira paixão, no que é correspondida pelo rapaz. Os passaram a viver um amor que lhes causa grande perturbação íntima, pois a jovem está prometida a Manecão, um rude vaqueiro do lugar, e em hipótese nenhuma o velho Pereira estaria disposto a desconsiderar o compromisso. Esse era o código moral da sociedade, que impedia àqueles jovens enamorados realizar seu sonho de amor. Além de Cirino, encontrava-se na casa de Pereira um naturalista alemão, Meyer, que viajava pelo Brasil em busca de novas espécies de insetos, principalmente borboletas. Ignorando os preconceitos que marcavam a vida familiar sertaneja, Meyer expressa várias vezes as admiração pela beleza de Inocência, despertando a preocupação de Pereira, que passa a