O mundo vai às compras, de marcelo coutinho

1) Em relação ao artigo escrito por Marcelo Coutinho “O Mundo Vai às Compras” e a nota publicada “Estocolmo Sai de Ferias Justo na Época em que o Turista Chega” (autor desconhecido), faça suas observações considerando, evidentemente, os textos discutidos e lidos em sala de aula

Marcelo Coutinho em seu artigo “O Mundo Vai Às Compras”, no jornal Folha de São Paulo, de 15 de maio de 1996, descreve o encontro dele com um indivíduo de uma sociedade totalmente diferente da nossa: um monge do monastério de Tengpoche, que fica a dois dias de caminhada do monte Evereste. Apesar deste monge estar numa localidade onde há apenas dois pontos de luz, no qual um deles possui um aparelho de televisão, a partir do momento em que o monge conversava com ele, demonstrava claramente o seu conhecimento quanto a qualidade de seu relógio - um Rolex -, e propõe a Coutinho uma troca com sua câmara fotográfica - Nikon -, pois, bem sabia ele da eficiência daquele aparelho. Isso nos leva a crer que através das comunicações, nesse caso específico, da televisão, esse monge já está sendo influenciado pelo processo de globalização, ou seja, a partir do momento que esse monge passa a se interessar por um ou outro produto “estranho” ao seu ambiente, - pois, tanto o relógio como a câmara são produtos de outras sociedades adversas à sua - isso significa que ele já está absorvendo determinados valores que anteriormente não faziam parte de sua sociedade. Entretanto, isto não significa que ele a aceite ou tenha conhecimento desses valores, mas sim que como todos nós, estamos pouco a pouco deixando-nos envolver pelos efeitos da globalização. Modificando os nossos modos de agir e de pensar, modificando, assim o nosso modo de ser “gente”. É nesse contexto que a antropologia contemporânea mostra a sua importância: ela trabalha com a figura do “outro”. Entretanto, não é aquele “outro” da época da colonização, das grandes navegações, pois este “outro” não existe mais. O “outro” que existe hoje em dia