O Mundo invisível: Cosmologia , Sistema Ritual e Noção de pessoa no espiritismo
Segundo a autora o Espiritismo, tem recebido pouca atenção dos estudiosos da religião.Assim , concorrendo com os chamados “traços espíritas” para o conhecimento do “sincretismo”que teria dado origem às chamadas “religiões afro-brasileiras” e tendo em comum com estas a crença em Espiritos e a Mediunidade, sua particularidade tem sido dificilmente percebida .
Considera-se que desde de Durkheim os estudos antropológicos sobre a temática da religião fazem indagação sobre a sua relação com a sociedade, porém essa dicotomia tem o perigo de se tomar o religioso e o social como realidades excludentes que implicam a percepção dos sistemas religiosos como expressões ou traduções de outras realidades mais básicas. A perspectiva adotada pela autora é a de que o social se constitui da particularidade dos aspectos sob os quais o apreendemos ( o jurídico , o político o religioso, o econômico etc..) e da articulação desses se têm múltiplos planos, onde cadaum possui sua especificidade. A autora também enfatiza que a religião é uma matriz de produção de valores de maneiras de pensar e se relacionar com a realidade social mais abrangente .
Segundo a autora , o espiritismo é um termo imprecisamente definido na literatura sociológica que comporta diversas significações. A autora coloca que se a maioria dos estudiosos sobre esse assunto enfatiza a relação ou continuidade entre Espiritismo e Umbanda , os grupos pesquisados por ela estão pelo contrário preocupados em demarcar as fronteiras de sua religião com relação às outras e em especial , a Umbanda.
Essa pesquisa , teve como trabalho de campo três focos : um centro espírita, uma instituição espírita que