Novas religiosidades
Coleção Primeiros Passos
Copyright @ Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti
Capa e ilustrações:
Miadaira
Revisão:
Conceição A. Gabriel
São Paulo. 1985.
Editora Brasiliense S.A..
Rua General Jardim, 160 01223 -São Paulo -SP Fone (011) 231-1422.
1
ÍNDICE
Introdução
3
I. O movimento espírita e um centro espírita
6
II. O mundo visível e o mundo invisível
10
III. O sistema ritual espírita
21
Conclusões
32
Indicações para leitura
35
Bibliografia Citada
36
Biografia
37
2
INTRODUÇÃO
Assim como a visão de alguma coisa depende do lugar em que nos situamos ao olhá-la, a sua definição é função do ponto de vista sob o qual a encaramos. Um mesmo fenômeno pode ser vivido, pensado e compreendido de modo muito diverso em função de quem o viva, pense e compreenda.
Para um espírita, o Espiritismo terá um sentido. Para um católico, um ateu, um umbandista, um psicólogo ou um antropólogo, outros.
Apresentarei neste livro uma visão antropológica do Espiritismo, que não exclui nem se opõe às demais. Apenas, a posição em que o antropólogo se situa lhe permite formular perguntas específicas aos fatos que examina. O Espiritismo será analisado como um fato sociológico. Não pergunto pela verdade ou falsidade do pensamento religioso ou do Espiritismo em particular. Não pergunto pelos móveis individuais da adesão. Interessa-me compreender e transmitir aqui a significação intrínseca e social dessa religião.
Os espíritas que porventura lerem esta última frase protestarão de imediato. O protesto tem sua razão de ser. Para os espíritas, o Espiritismo não é "somente" uma religião: é também uma ciência uma filosofia. Essa definição dos espíritas nos conduz a uma das características distintivas do Espiritismo, e nos reconduz à questão dos diferentes ângulos possíveis de visão de um fato, a princípio, "mesmo".
No restante da introdução considero, portanto,