O mundo desenvolvido
Entre 2000 e 2010, país confirmou a queda no ritmo de crescimento da população e a proliferação de cidades médias
Rafael Lemos
O Brasil teve, na primeira década do século XXI, a menor taxa de crescimento populacional desde 1872, quando foi realizado o primeiro censo nacional. Entre 2.000 e 2010, a população brasileira cresceu 1,17% ao ano – taxa que equivale a praticamente um terço da registrada na década de 1950. A redução no crescimento, que se acentuou a partir dos anos 1980, confirmou-se de forma inequívoca no Censo de 2010, cujos resultados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Trata-se de uma boa notícia. O menor crescimento demográfico é resultado de uma drástica queda na taxa de fecundidade – de 5,8 filhos por mulher em 1970 para 1,8 atualmente – o que significa população mais educada, com mais acesso a informação e serviços de saúde, e mulheres participantes da força de trabalho. Um conjunto de indicadores que aproxima o Brasil dos países desenvolvidos.
Outro aspecto positivo do grande retrato produzido pelo IBGE entre julho e outubro de 2010 é o crescimento das cidades médias, aquelas que têm entre 100.000 e 500.000 habitantes. Esses municípios já abrigam 48.565.171, ou 25,4% dos 190.755.799 habitantes do país, e são os que mais crescem. Ao contrário do que aconteceu ao longo da maior parte do século XX, quando a migração interna fez explodir a população das capitais e suas periferias, com todos os mais que conhecidos problemas daí decorrentes, agora o crescimento se dá principalmente nas cidades médias. Elas cresceram à taxa de 2,05% ao ano, contra 1,79% ao ano nas 38 cidades com mais de 500.000 habitantes. Enquanto isso, o número de residentes nas duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro, ficou praticamente estável: 0,76% ao ano, em ambas.
Um exemplo do fenômeno das cidades médias é Rio das Ostras,