O movimento operário
Em 1900, o Brasil possuía em torno de 55 mil operários. As primeiras indústrias surgiram no final do século XIX e a classe operária era composta em sua maioria - cerca de 90% - por imigrantes europeus, principalmente italianos, espanhóis e portugueses, e outros em número bem menos expressivo, como alemães, austríacos e poloneses. Inicialmente, a imigração foi estimulada pelos chamados Barões do Café, na década de 1870, no Estado de São Paulo, política impulsionada pelas revoltas escravas em todo o país que viria a culminar na abolição da escravidão no final da década seguinte. Essa tendência teve grande crescimento principalmente nas duas últimas décadas do século XIX, quando o número de imigrantes italianos ultrapassou um milhão. No Rio de Janeiro, surgiram já no fim do século XIX, diversos periódicos de orientação anarquista: O Protesto, de 1899, que contou com 11 edições, O Libertário, em 1904, Terra Livre, de 1905. Um jornal de grande importância para o movimento operário naquele período foi o Avanti!, Fundado em 1901 e que contou com longa tiragem, servindo de polêmica com os anarquistas. Em 1901 tem início um longo período de Ascenso da classe operária, traduzido em um grande crescimento das greves que vai durar até 1908. No primeiro ano, há uma greve dos trabalhadores de pedreira que consegue a redução da jornada de 12 para 10 horas. Nos dois anos seguintes acontecem mais greves, principalmente no Rio de Janeiro, onde os operários conseguem algumas vitórias. No ano de 1903 são fundadas dezenas de sindicatos, mesmo sob intensa repressão policial. Em 1904 são fundadas quase 30 novas entidades operárias somente no Estado de São Paulo e Rio de Janeiro. As greves também continuam a se desenvolver. O 1º de maio é comemorado pela primeira vez num teatro em São Paulo. Em 1906, as greves continuam durante todo o ano, sobretudo na capital paulista. É neste ano que será realizado no Rio de Janeiro o 1º Congresso