Movimento operario
AS CONDICOES DE TRABALHO NO INICIO DO SECULO XX
No início do século XX, a única garantia de subsistência para os trabalhadores que sofressem acidentes, adoecessem, ou para as viúvas e os órfãos daqueles que morressem, eram os caixas beneficentes e as associações de auxílio criadas pelos próprios trabalhadores.
A princípio, o movimento mostrava a predominância da corrente anarcosindicalista sobre as demais correntes – trabalhismo e socialismo.
Os anarquistas acreditavam que a eliminação da propriedade privada e do Estado seria necessária para libertar os trabalhadores da opressão capitalista, enquanto a corrente conhecida como anarcosindicalismo afirmava que os sindicatos e a greve geral eram o principal instrumento de luta dos trabalhadores contra a sociedade capitalista e o Estado.
Foi a partir desse conceito que a primeira greve geral da História do Brasil foi realizada, entre junho e julho de 1917, quando, iniciada em duas fábricas têxteis, a greve obteve adesão de cerca de 50 mil pessoas. Durante três dias, o Comitê de Defesa Proletária, que liderava a greve, dominou São Paulo, reivindicando principalmente melhores salários. Apesar dos 20% de aumento concedido pela classe patronal, o movimento não teve o sucesso esperado, uma vez que houve adesão maciça apenas dos operários da capital paulista, com isoladas contribuições de trabalhadores de outros estados, destacando-se o Rio de Janeiro. A repressão ao movimento mobilizou tropas do exército nacional e contou com o envio de dois navios da marinha de guerra para Santos, só sendo possível um acordo entre trabalhadores, industriais e o governo após a formação de um Comitê de Jornalistas que, temerosos por um desfecho trágico, organizaram-se para mediar as negociações. Segundo Boris Fausto: “Houve um aumento de salário, aliás corroído pela inflação, e vagas promessas de se atender às demais reivindicações”.
Entre 1900 e 1920, o