Movimento operario
O MOVIMENTO OPERÁRIO NA REPÚBLICA VELHA
1) A Condição Operária na República Velha
1.1. O trabalho industrial no início do século XX
* Apesar da organização operária na Europa e nos Estados Unidos, o início do século XX é um momento de pouca ou nenhuma intervenção do Estado na regulação dos contratos de trabalho, bem como na proteção ao trabalhador. * Assim, a jornada de trabalho nas cidades industriais do Brasil (o que entende-se como sendo o Rio de Janeiro, São Paulo e em alguma medida, Porto Alegre) era de nove horas diárias, de segunda a sábado, e domingo até as 12h. * Os salários eram mantidos em níveis bastante baixos, se comparados a produtividade do trabalho. Os direitos trabalhistas não eram assegurados, o que significa dizer que a relação entre operários e patrões era francamente marcada pela assimetria de forças. Na melhor das hipóteses, os operários obtinham vantagens por meios paternalistas. * O trabalho infantil e feminino eram explorados ao máximo.
2) A organização operária
2.1. Principais correntes do movimento operário mundial
* Da década de 1880 até a primeira década do século XX, as principais correntes do movimento operário europeu eram a social-democracia, o socialismo e o anarquismo. * Os sindicatos e partidos orientação social-democracia enfatizavam a necessidade de colaboração entre operários e patrões. Trata-se sem dúvida de uma orientação de esquerda, visto que busca a melhoria das condições de vida da classe operária, mas entende que o melhor meio para isto é através da aliança com a burguesia, de modo que juntos, operários e patrões pudessem negociar, em condições justas, o melhor para ambos. Isto significa que as organizações social-democratas enfatizavam a importância da liberdade e da democracia como condição para o progresso da indústria, visto que seria preciso um ambiente político de garantia das liberdades democráticas para que o diálogo entre proprietários e trabalhadores pudesse ocorrer.