O Movimento Feminista na Década de 80
Feminista na
Década de 80
Movimentos Sociais
Contemporâneos
O ano de 1979 foi marcado por acontecimentos que, mesmo não sendo diretamente relacionados ao movimento feminista, tiveram grande influência em seu desenvolvimento durante a década de 1980:
A anistia aos presos e exilados políticos que trouxe de volta ao Brasil um conjunto significante de militantes, pessoas que viveram por muitos anos no exterior, principalmente na Europa voltaram com novas idéias e novas propostas para o feminismo.
Os dilemas do Estado e da
Institucionalização
Os anos 1980 trouxeram novos dilemas ao movimento feminista. O avanço do movimento fez do eleitorado feminino um alvo de interesse partidário e de seus candidatos, que começaram a incorporar demandas das mulheres aos seus programas e plataformas eleitorais, a criar Departamentos femininos dentro das suas estruturas partidárias.
A eleição de partidos políticos de oposição para alguns governos estaduais e municipais forçou as feministas a repensarem sua posição ante ao estado na medida em que a possibilidade de avançar em termos de política feminista era uma realidade. Nos dois primeiros anos (1980-82), as velhas divisões políticas partidárias voltaram à cena, na divisão muitas feministas se concentraram nos partidos, outras permaneceram somente no movimento. Os discursos feministas invadiram os discursos partidários, mas as práticas autônomas se reduziram.
CONFLITOS INTERNOS
A atuação do feminismo em nível institucional, isto é, na relação com o Estado, nesse e em outros momentos, não foi um processo fácil de ser assimilado no interior do movimento. A participação nos conselhos, e em especial, no
Conselho Nacional dos Direitos da Mulher
(CNDM), foi uma questão polêmica que incitou os ânimos dentro do movimento. A perspectiva de atuar no âmbito do Estado representava para muitas mulheres, uma brecha na luta pela autonomia do movimento feminista.
Porém, o movimento feminista não podia deixar de reconhecer