O mito moderno da natureza intocada
O Mito Moderno da Natureza Intocada trata das relações simbólicas e do imaginário entre o homem e a natureza, tendo como centro da análise as áreas naturais protegidas.
No mundo em que a civilização urbano-industrial desenvolveu conhecimentos científicos, tecnologias e também meios poderosos de devastação da natureza, rompendo antigas alianças que ligavam o homem à natureza, os mitos ainda continuam vivos. Um desses mitos modernos, originário dos países industrializados, se refere às áreas naturais protegidas, consideradas pelo ecologismo preservacionista como o paraíso, um espaço desabitado, e que a natureza deve ser conservada virgem e intocada.
Sucede que esse mito se confronta com outros mitos e simbologias que as populações tradicionais moradoras de parques nacionais protegidos (indígenas, pescadores artesanais, ribeirinhos) têm em relação ao mundo natural. Esse trabalho é também fruto de pesquisas e reflexões sobre o papel da diversidade sócio-cultural e diversidade biológica na afirmação da necessidade de se encontrar uma relação mais harmoniosa entre o homem moderno e a natureza.
Capa: J. M. Rugendas, "Forêt vierge pres Manqueritipa, dans la province de Rio de
Janeiro", in Malerische Reise in Brasilien, 1835.
Orelha da 4° capa:
Antonio Carlos Sant'Ana Diegues é professor da Universidade de São Paulo, no Curso de Pós-Graduação em Ciência Ambiental e no Departamento de Economia e Sociologia
Rural da ESALQ. É também coordenador científico do NUPAUB — Núcleo de
Pesquisa sobre Populações Humanas e Áreas Úmidas do Brasil, da Universidade de São
Paulo. Trabalhou vários anos na ONU, em Genebra e em Roma, onde através de contínuas viagens à Ásia, África e América Latina obteve amplo conhecimento das condições ambientais e das populações humanas desses continentes. Como diretor do
NUPAUB, organizou vários projetos de pesquisa de caráter interdisciplinar nas regiões litorâneas, Pantanal e Amazônia, em colaboração com várias