O mito dos mercados racionais
Fonte: Grupo Editorial Record
Na década de 1960, a hipótese dos mercados racionais, antes parte do folclore econômico, foi elaborada na Universidade de Chicago e logo se tornou um poderoso mito. Afirmava-se que o mercado estaria sempre certo e que as decisões seriam exclusivamente originárias de investidores racionais e bem-informados. A crença em um mercado eficiente não se referia apenas ao mercado de ações. Ela argumentava que, à medida que fossem criados e comercializados mais títulos de dívida, ações, opções, futuros e outros instrumentos financeiros, inevitavelmente trariam mais racionalidade à atividade econômica.
Os mercados financeiros possuíam uma sabedoria que as pessoas, as empresas e os governos, por si sós, não tinham. Por anos, essa hipótese foi responsável por fortunas e derrocadas, tornou-se inspiração de estudos de vários pesquisadores e motivou investimentos. No decorrer dos últimos 40 anos, os mercados financeiros cresceram vigorosamente e passaram a desempenhar um papel cada vez mais relevante, porém menos controlado. O mito dos mercados racionais teve seu calcanhar de Aquiles revelado e passou a ser contestado.
O cenário é Wall Street e as grandes universidades americanas. Os personagens são mais do que conhecidos no mundo da economia: de Irving Fisher a Alan Greenspan e Gene Fama, passando por Fischer Black e Warren Buffett. A perspectiva é diacrônica. Eis o mercado financeiro e suas evoluções, involuções e revoluções ao longo do tempo.
Por meio de pequenas narrativas entrecruzadas, Justin Fox, diretor editorial do Harvard Business Review Group e colunista de negócios e economia da revista Time, conta a trajetória de personagens reais que construíram, de fato, a história de Wall Street: professores e acadêmicos que ganharam e perderam fortunas, elaboraram teorias e equações, e tentaram compreender as engrenagens do mercado para explicar o que se pode, ou não, esperar dele. As