O meio ambiente e o futuro
Contexto
O MOMENTO ora vivido pela humanidade, geometrizado pelos números cheios, 2000; 500; cada um sugerindo um pacote de séculos, tende a direcionar as reflexões dos seres humanos para os fantásticos conteúdos históricos desses pacotes. A mídia é o principal agente potencializador dessas reflexões, na medida em que pauta a história do Brasil de 500 anos sob os mais variados ângulos, assim como a história no período do cristianismo, outro tema fascinante, no qual cabe desde parte do Império Romano, toda a Idade Média, o Renascimento, a Revolução Industrial, tudo culminando com os incríveis inventos do século XX. É oportuno que se contem essas e outras histórias, mas é igualmente importante que se aproveitem os ângulos retos da geometria da história para olhar para a frente e para forçar reflexões sobre o futuro, abordando outros ângulos do épico Assim caminha a humanidade, mais pelo título do que pelo seu conteúdo propriamente dito.
A Agenda 21, uma das poucas pautas do futuro, é ousada pela abrangência e pelo horizonte de um século. Nunca se planejou para um período tão longo. O grande prazo requer adaptações metodológicas, nas quais, aos planos convencionais de uma a duas décadas, acoplam-se prognósticos e reflexões sobre os grandes temas e suas interfaces setoriais.
Ainda recentemente, diletantes, fazíamos cálculos a partir da população mundial de cinco e meio bilhões de habitantes. Hoje já teríamos ultrapassado os seis bilhões. Quando saberemos o número da assíntota da estabilização? Como será a componente social das políticas públicas daqui a três décadas? É lícito especular e concluir que a degradação ambiental só não é maior porque mais da metade da população do mundo vive à margem da sociedade de consumo? Haverá determinação de, mesmo sob a justificativa da necessidade de ampliar o número de consumidores, promover-se fortemente a ampliação da população com acesso a bens de consumo? Isto será elevar a qualidade de