O mal uso da linguagem
O editorial que lemos, publicado em 2012, tem como tema o mal uso (ou uso inadequado) da linguagem pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. Palavras como “prolixidade” e “loquacidade” resumem bem (além do próprio título) o ponto de vista exposto no texto, e isto pode ser conferido em trechos como “Os maus hábitos da linguagem empolada e da expressão prolixa continuam a prosperar no Judiciário” e “Não há dúvida de que a Justiça deve examinar cada aspecto com cuidado, nem de que muitos aspectos são alvo de controvérsia. Ainda assim, será necessária tamanha verbosidade, reflexo, aliás, da extensão interminável dos autos, a versão escrita de cada processo?”.
O autor defende seu ponto de vista tomando como exemplo o julgamento do mensalão em curso na época, e trazendo algumas questões como o aparente uso da prolixidade enquanto estratégia, possivelmente usada pelo revisor Ricardo Lewandowski: “Admita-se, no atual julgamento, que o revisor Ricardo Lewandowski parece adotar uma estratégia de lentidão, à qual seria levado, conforme se especula, pela tendência a absolver e pelo desejo de inviabilizar o voto, tido por adverso, de seu colega Cezar Peluso, que se aposenta no início de setembro. No desmesurado da fala, entretanto, encontra eco na maioria dos ministros.” Além disto, o autor argumenta destacando também algumas consequências do discurso prolixo, como a demora dos julgamentos, como pode ser percebido no trecho “Seria incalculável o benefício, no sentido de reduzir a morosidade judicial, caso se disseminasse uma disciplina retórica mais objetiva, direta e sucinta”. Além do mais, para um leigo, se torna uma difícil tarefa compreender os longos discursos. É mais importante falar com clareza do