O lúdico e a realidade
Achei interessantes as passagens em que Jacob narra suas sensações com o envelhecimento, as estranhezas que tem ao se olhar no espelho e não reconhecer a própria imagem, ao olhar suas mãos e vê-las enrrugadas e magras, sentir-se com o espírito jovem e aventureiro mas estar limitado pelo corpo desgastado pelo tempo e limitado pelos olhares alheios que o vêm como alguém inútil e sem credibilidade.
Jacob recorda sua juventude, a perda dos pais e sua vida no circo dos irmãos Benzini. Suas lembranças traz-nos o triste cenário de maltrato aos animais e aos próprios trabalhadores e artistas circenses. Logo no início da história há um assassinato que somente será explicado ao final da narrativa.
Este ambiente circense é que me trouxe lembranças de minha infância. Quando estava com 3, 4 anos de idade um circo chegou em minha cidade (Nova Andradina), algo fantástico, maravilhoso. Aconteceu um desfile pelas ruas da cidade, dentre os animais havia elefantes e uma gorila. Que coisa linda e aterrorizante ao mesmo tempo, recordo-me de me esconder dentro do carro com medo daqueles animais gigantescos que eram os elefantes e que andavam soltos pelas ruas. A gorila estava em uma jaula e por isto não causou tanto pavor. Havia um número “bizarro” que era “monga, a mulher macaca”. Quando a gente é criança só consegue enxergar o lado mágico e lúdico das coisas.
Obviamente que antes deste livro já havia lido sobre o maltrato aos animais de circo e já havia ficado feliz com a proibição de os circos os utilizarem em seus números. Por melhor que sejam tratados já é uma violência tirá-los do habitat natural e fazê-los viver em