O lugar da história em tempos de crise
O texto “O lugar da história em tempos de crise”, de Jorge Luiz Grespan, traz uma análise à crise epistemológica vivida pela história. Inicialmente autor faz referência ao que seria essa crise, que essencialmente é constituída por um fato do estudo e da pesquisa histórica, até pouco tempo atrás tratado como o mais interessante e positivo aspecto da disciplina: o cada vez maior número de objetos, problemas e abordagens, ou seja, a multiplicação dos modos ou pontos de vista das pesquisas históricas que estão a surgir a todo momento, para os mais diversos focos das pesquisas, que também estão a se multiplicar. A referido crescimento do número de objetos e problemáticas de pesquisa, segundo o texto, está ocorrendo devido à alterações nas matrizes, em outras palavras, nos princípios que regem as pesquisas, possibilitando a chegada de novos objetos de estudo que antes estavam fora do campo de abrangência dessas matrizes, que por sua vez estão em constante modificação e necessária adequação à atualidade, sendo isso um incentivo para a “crise epistemológica”. Segundo o autor do texto, baseando-se nas observações de Jacques Le Goff e Pierre Nora, a interpretação desse fato (observado como bastante positivo) como uma crise, deve-se a “invasão” das ciências humanas à história (modificando, enriquecendo e subvertendo os setores da história) que gera inspiração para as “novas abordagens”:
“Aqui manifesta-se a provocação maior a que deve responder a história nova, aquela das outras ciências humanas. O campo que ela ocupava sozinha, como sistema de explicação das sociedades pelo tempo, encontra-se invadido por outras ciências com fronteiras mal definidas que correm o risco de absorvê-la e dissolvê-la (a história).” (Le Goff e Nora). José continua essa ideia falando que a possibilidade dessa crise no início já era chamada de “história nova”, na França. Por outro lado, baseando-se em François Dosse, José afirma que o