O longo caminho para a dignidade
Para manter a continuidade interesses políticos e econômicos por muitos anos a maior arma foi a opressão, que se não acabaram por enterrar a identidade cultural indígena e africana colaboraram para que se incutir o sentimento de inferioridade e negação da ancestralidade. Muitas pessoas morenas não se vêem como negras, não entendem ou preferem negar seu passado histórico, como muitos descendentes indígenas ocultam sua ascendência. A história foi escrita e ensinada pelo colonizador e para confirmar e justificar suas ações colocou o vencido como mau, violento, feio, indesejável. Esse modo de pensar foi inserido durante gerações e levou perseguição. O mito da democracia racial brasileira não se sustenta visto que havia o predomínio da etnia branca e eram negados aos oprimidos os direitos básicos para a sobrevivência de suas culturas e crenças. A miscigenação do povo brasileiro nunca foi sinônimo de integração, mas um meio camuflar o preconceito e a imensa diferença social forçando a aculturação .Depois de muitas lutas do Movimento Negro para que os afrodescendentes não figurassem somente como um discurso de lamentável sofrimento e obscurantivo,em 2003 foi promulgada a lei nº10.639 que torna obrigatório o estudo do lado desprezado,porém rico de nossa historia. “Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008). sua contribuição social e a formação de uma cultura antirracista .
§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade