A dignidade da pessoa humana frente ao capitalismo
José Flávio Barroso Madaleno
1 INTRODUÇÃO
O presente ensaio tem por objetivo analisar o enfrentamento da manutenção da dignidade humana frente ao capitalismo.
Para tal se faz necessário passar pela definição e estudo da natureza de pessoa, trazendo a debate os diversos entendimentos que esse complexo tema traz. O estudo demonstrará que se trata de um conceito muito dinâmico, e este não nasceu técnico, jurídico, ele foi construído ao longo da história.
Assim também o é a dignidade da pessoa humana. De extrema relevância para o assunto em debate, será necessário buscar o seu conceito nas diferentes ideologias. Notar-se-á que seu nascedouro se deu em um momento histórico em que a humanidade se sentiu ameaçada em virtude das barbáries que o homem cometia com o próprio homem.
A questão se faz de suma importância, uma vez que ao construir ao longo de anos esse benefício protetor para nossa vivência social e até mesmo, como mencionado, pela sobrevivência humana, perceberá que hoje muitos operadores jurídicos não evoluíram ao longo dos tempos e mantém o resquício de invocar salutar princípio, sem a importância que se deve ao mesmo, desvalorizando-o. E, hoje, com o avanço nas relações comerciais, com o capitalismo assumindo força no cenário mundial, o que se percebe é que se está a utilizá-lo, em alguns momentos, com um instrumento de comercialização e, em outros, com retaliação ao próprio capitalismo, o que seria bom para colocá-lo sempre em evidência, mas por outro lado, ruinoso para utilizá-lo para todo e qualquer aspecto da vida cotidiana.
É o mesmo que dizer sobre a volta em uma época em que o conceito de pessoa na ordem jurídica estava totalmente vinculada à propriedade e o seu exercício era uma linha tênue com o ter bens materiais.
No capítulo segundo não se pode deixar de trazer dois pontos para enfrentamentos, quais sejam: