O local da cultura
O Local da Cultura (Homi K. Bhabha)
O pós-colonial está prenhe aqui de uma identidade confrontada por seu outro. Cisão do sujeito. Na invisibilidade que se opõe ao ego em sua equivalência da imagem e identidade. Questiona-se o modo de representação da alteridade. Para compreender as contribuições de Homi K. Bhabha destaca-se o estereótipo e a mímica como estratégia de conhecimento e identificação. Modo de representação complexo, ambivalente e contraditório. Trata-se da construção do sujeito no discurso e poder colonial, articulada sob as formas da diferença (racial e sexual). O sujeito dominado e o dominador estão estrategicamente colocados no interior do discurso colonial.
Há uma atribuição de ambivalência das relações saber/poder e os estereótipos de selvageria, canibalismo, luxúria e anarquia interpõem-se. São processos de subjetivação que se desenvolvem através dos estereótipos. O discurso colonial se torna um aparato de poder que reconhece e repudia a diferença cultural, criando ‘povos-sujeitos’ e legitimando os estereótipos do colonizador e do colonizado. Discurso que apresenta o colonizado como degenerado, um outro que é apreensível e visível. Percebe-se uma estratégia de coordenadas do saber (racial e sexual) como modo de diferenciação no discurso colonial por meio do conceito de dispositivo e aparato, entretanto faz-se uma leitura do estereótipo em termos de fetichismo – um elo funcional entre o fetiche e o estereótipo. A pele é, como diferença racial e cultural, o mais visível dos fetiches.
Pode-se referir em fetiche ou estereótipo como uma identidade baseada na dominação e na defesa, uma crença contraditória em reconhecer e recusar a diferença. Por um lado, crença na diferença que torna o sujeito colonial como desajustado, por outro, o estereótipo é a falsa representação de uma realidade. O estereótipo fixa, enfim, o racismo. Fixação em uma consciência negadora do corpo ou fixação em uma