O lixo nosso de cada dia

Estado Teológico: Houve um tempo em que as pessoas acreditavam que todo o Poder emanava de um deus, ou mesmo, dependendo da nação, por vários deuses, representados por seres sobrenaturais, de onde se tirava todas as diretrizes para a vida em sociedade, sendo consenso que nada ocorria ou deixava de ocorrer se não fosse por vontade Divina. Essa vontade Divina era considerada suprema e todos deviam obedecê-la. Este Estado, com o tempo, transformou-se, segundo o pensamento do filósofo Auguste Comte, integrando, como parte essencial e necessária, a evolução do próprio organismo social, desdobrando-se num segundo Estado para afinal atingir o modelo por ele idealizado. Muito embora haja atualmente inúmeros países que não se encontram mais sob a égide deste pensamento teológico, não existe uma unanimidade. Tanto é assim que observamos nos dias de hoje países que adotam esse Estado teológico como base para a organização de suas sociedades, como por exemplo, os extremistas religiosos muçulmanos, para os quais um deus conhecido por Alá é invocado para responder e justificar todos os seus atos, por mais bárbaros que possam ser aos olhos de outros povos.
Estado Metafísico: Segundo Comte, o Estado metafísico mantém alguns pontos de contato com o Estado Teológico, do qual adveio. Tanto a metafísica quanto a teologia procuram explicar a “natureza íntima” das coisas bem como sua origem, destino e a maneira pela qual são produzidas, tendendo à procura de soluções absolutas para os problemas do Homem na sociedade. A diferença reside no fato de a metafísica colocar o abstrato no lugar do concreto e a argumentação no lugar da imaginação, dissolvendo assim o Estado Teológico, substituindo a vontade Divina por “ideias” ou “forças”. Na esfera política os reis são substituídos pelos juristas, supondo-se, a partir daí, a sociedade como originária de um contrato, baseando o Estado na soberania do povo. Como exemplo atual da aplicação do pensamento metafísico, podemos apontar as poucas