O lider paizão
O líder paizão
O estilo paternal e a construção da “equipe-família” dão a tônica à liderança de Luiz Felipe Scolari, o técnico de futebol que levou o Brasil ao pentacampeonato mundial
L
uiz Felipe Scolari pôs samba no fado. Não apenas simbolicamente, por ter levado seu estilo alegre de liderança para o futebol português, mas literalmente, ao produzir um clipe que abrasileirou o fado para motivar seus pupilos da seleção portuguesa. Deu certo. Portugal ficou em quarto lugar na Copa do Mundo de 2006, na frente do Brasil, e, em 2004, foi o vice-campeão da Eurocopa, conquista inédita para o time. Depois de ter feito uma concorrida apresentação na ExpoManagement 2006, Scolari concedeu uma entrevista exclusiva a Carlos Alberto Júlio, presidente da HSM do Brasil, no Centro de Treinamento da seleção portuguesa em Lisboa, Portugal. Ele discutiu o modo de montar “equipes-família” –devem atuar num ambiente familiar e combinar vários líderes, talentos simples e talentos difíceis “administrados”. Pregou o estilo de liderança paternal, que talvez seja o de maior impacto na cultura latina, ou pelo menos na de origem lusitana. Discorreu sobre a importância do ambiente e de seu assistente técnico, o Murtosa. Falou de gerenciamento na adversidade. Scolari também defendeu seu jeito emotivo –na ExpoManagement 2006, em que fez palestra, ele já encantara a platéia com sua autenticidade, ao pedir pela primeira vez desculpas a uma executiva corintiana que reclamou da “banana” que ele deu para a torcida de seu time quando era técnico do Palmeiras. Quero começar nossa conversa com uma pergunta que está na cabeça de quase todo executivo nos dias de hoje: há uma fórmula para vencer na adversidade? Quem conhece seu histórico, da seleção portuguesa, da seleção brasileira e dos times, sabe que você é particularmente bom nessa área. Que lições você aprendeu na luta contra a adversidade que podem ser aplicadas em outros contextos? Em primeiro lugar, é preciso aceitar a