Política monetária no governo lula
Everton Freire de Carvalho1 João Augusto Pessôa Lepikson1
Introdução Dentro dos objetivos traçados pelo governo Lula, é inegável o sucesso da sua política econômica. Na verdade, esse sucesso se reflete basicamente no controle inflacionário, já que esta sempre foi a meta condicionadora de toda a política. A questão que se coloca é que talvez o preço pago para atingir essa estabilização tenha sido alto demais, talvez tenha implicado em o Brasil perder o bonde do crescimento mundial. Nos últimos anos, a política de metas de inflação tão rígida mantida às custas de juros exorbitantes combinada com a busca por uma maior credibilidade internacional levou a economia brasileira a patinar, fazendo-a destoar do consistente crescimento das economias emergentes. Neste contexto, a política fiscal assumiu um papel de variável de ajuste da política macroeconômica. Independentemente da política de juros, a política fiscal deveria garantir superávits primários suficientes para manter a relação dívida/PIB sob controle, afastando qualquer dúvida acerca de um calote. Este relatório, portanto, objetivará fazer uma breve análise crítica das políticas monetária e fiscal adotadas pelo governo Lula (2003-2006). Para tanto, serão traçadas as evoluções de algumas variáveis desde dezembro 2002, justamente para que se possa fazer uma análise mais criteriosa acerca do tratamento e opções tomadas pelo governo Lula na condução de sua política econômica. Os principais indicadores macroeconômicos tiveram uma melhora considerável no governo Lula. A inflação caminhou numa trajetória descendente nesse período, o IPCA saiu de 12,53% (2002), antes de Lula assumir, para 5,69% em 2005, com a perspectiva de encerrar o ano de 2006 abaixo da meta estabelecida pela autoridade monetária de
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Graduandos da Faculdade de Ciências Econômicas – UFBA e bolsistas do NEC.
4,5% (a expectativa é que nesse ano o IPCA registre alta de