O Leviatã - Resenha

2861 palavras 12 páginas
“O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a consequência necessária das paixões naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis de natureza(...)”
Com esse trecho, Thomas Hobbes inicia a segunda parte - O Estado- de seu livro, intitulado Leviatã.
Nesta resenha critica, se apontará o pensamento de Hobbes em seu contexto, principalmente a distinção entre o estado de natureza e o contrato social, ilustrado pela imagem do monstro bíblico Leviatã para simbolizar uma criatura tão poderosa e ameaçadora como a que aparece nas Escrituras de Jó.
A concepção de Hobbes segundo a qual, em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos ou "o homem lobo do homem". Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para se protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. Essas duas atitudes são inúteis, pois sempre haverá alguém mais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas. A vida não tem garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é a força do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar; tampouco a proteção é garantida através de aglomerações de pessoas. No trecho a seguir, o filósofo inglês evidencia isto de forma esclarecedora: “(...)Mesmo que haja uma grande multidão, se as ações de cada um dos que a compõem forem determinadas segundo o juízo individual e os apetites individuais de cada um, não poderá esperar-se que ela seja capaz de

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