O JOVEM EM SEU TEMPO
O jovem em seu tempo
O primeiro fator a ser analisado durante uma avaliação mais profunda da jovem geração brasileira deve ser o contexto histórico. Há quem diga que não se fazem mais jovens como os de antigamente, como os de 68. Não é justo comparar duas gerações tão diferentes, a começar pelo período político e econômico que se cruzaram. A de 68 viveu numa época em que o mercado de trabalho não era tão competitivo, pelo menos no Brasil, sobrando tempo para pensar em outras questões, políticas, por exemplo. Além disso, o próprio ambiente restrito de liberdade e marcado pelo AI-5 alimentava o espírito lutador que moveu aquela juventude. Mas hoje é diferente. A atual jovem geração brasileira cresceu com liberdade. Certamente o valor mais importante para este período. O sexo livre faz, a cada dia que passa, milhares de vítimas de doenças como AIDS que aumenta assustadoramente entre jovens mulheres. O consumo de drogas tem situação semelhante no que se refere ao aumento. Acidentes de carro, em sua maioria envolvem jovens e o número de vítimas mortas é crescente. Mas, é essa mesma liberdade que mata vários jovens que impulsiona e caracteriza a atual geração. O contexto político também teve participação de peso na formação desses brasileiros. Talvez menos politizados, visto que o governo não pressiona mais como na época da ditadura militar, mas certamente mais preocupado com a economia, especialmente com a questão do emprego, ou será desemprego? Essa pressão econômica acaba fazendo o papel de estimular o jovem a se empenhar na formação intelectual e superar os obstáculos que a falha educação, que o governo impõe, causa. É importante afirmar que esta geração é conformista, faltam-lhe mais interesse e participação política, vontade de querer mudar o que está errado. Tirar o corrupto e o corruptível. Isso está ligado à educação não só a que o governo oferece, mas à que os pais, aqueles da geração 68 dão.