O indivíduo
de seu falecido com uma imponente balaustrada de mármore e é censurada pelo padre local, são
expostas duas visões de mundo que se contradizem, são estas respectivamente: a da
individualização e a da coletividade. Para o padre o gesto representa uma afronta a Deus, pois um
homem não pode querer parecer superior a Ele ou até mesmo aos outros homens, preza-se por uma
igualdade. Simplesmente não faz sentido, nessa mentalidade, que um ser humano queira se destacar
perante os que com ele convivem.
A igreja sempre foi uma instituição de grande influência. Na Idade Média, por exemplo, ela
detinha de todos os poderes espirituais e muitos dos temporais, mas foi perdendo esse último com o
crescimento das cidades, o fortalecimento da burguesia e dos reis. Nas cidades menores, por sua
vez, parte desse poder se manteve e junto com ele dogmas e ideologias religiosas, como é o caso da
mentalidade acima explicitada. Para a igreja o sistema capitalista, que começava a ser introduzido,
não poderia ser considerado sagrado por visar o lucro e foi nesse sistema que surgiu a necessidade
de individualização do homem, que era motivado a trabalhar cada vez mais através de ascensão
hierárquica na sociedade, ganhando status. O que não ocorria anteriormente nas divisões
estatamentais.
O grande aumento da população e a crescente urbanização mudaram intensamente a
maneira de viver e pensar do homem. Era ele, então, mais um diante de uma ampla multidão; foi
forçado a se integrar em um sistema de divisão de trabalho; na cidade, encontrou uma maneira de
se desvincular das servidões familiares, passando, assim a ter mais consciência de si mesmo, da
sua individualidade. Além disso, o ganho de consciência pelo povo fez com que lutassem pela
participação política e ganhassem o direito ao voto, reconhecessem e exigissem o seu direito à