O index librorum prohibitorum, a lista de livros proibidos na história
O que pensadores, cientistas e escritores de épocas tão diferentes têm em comum? Esses são apenas alguns dos autores incluídos no Index Librorum Prohibitorum, da Igreja Católica, a maior e mais influente lista de livros proibidos da História.
O índice vigorou por mais de 400 anos, entre 1559 e 1966 - baniu títulos "imorais" e, principalmente, contrários aos pontos de vista da doutrina cristã. Até o século 18, quando o índice já perdia influência, leitores que ousassem possuir as obras vetadas corriam o risco de ser julgados pelos Tribunais da Inquisição como hereges. Para os autores, as penas eram mais graves. Que o diga o teólogoGiordano Bruno, executado na fogueira em 1600. Tentativas de controlar a informação aparecem na História desde a Antiguidade. Na Grécia e em Roma, políticos e sacerdotes se preocupavam com o que a população deveria, ou não, pensar. Sócrates, no século 4 a.C., foi obrigado a tomar cicuta, entre outros motivos, por "corromper a juventude" ao defender ideias como atribuir ao reconhecimento da ignorância a base da sabedoria. Na era cristã, a seleção dos evangelhos que entrariam na Bíblia já demonstra o esforço da Igreja em moldar a doutrina.
Os concílios de Niceia e Roma, no século 4, foram decisivos, assim como decretos papais posteriores. Textos como o Evangelho de Tomé (hoje tido por muitos especialistas como o mais antigo) e o de Judas passaram a ser considerados apócrifos.
"A decisão sobre o que seria incluído ou não era política", diz André Barroso, professor de História da Religião e Filosofia da Unicamp.
"O Evangelho de João, por exemplo, quase ficou de fora. Mas como seria muito estranho colocar as Cartas de João (que os padres aprovavam) e não reconhecer seu