O idealismo Hegeliano e a Dialética Idealista
O idealismo Hegeliano e a Dialética Idealista
A filosofia kantiana influenciou o pensamento do século XIX, seja na orientação dada pelos materialistas e positivistas, seja na dos idealistas, entre os quais se destacam Fichte, Shelling e Hegel.
Wilhelm Hegel (1770-1831)
O alemão Wilhelm Hegel (1770-1831) introduz uma noção nova, de que a razão é histórica, ou seja, a verdade é construída no tempo. Partindo da noção kantiana de que a consciência (ou sujeito) interfere ativamente na construção da realidade, propõe o que se chama de filosofia do devir, ou seja, do ser como processo, como movimento, como vir-a-ser. Desse ponto de vista, o ser está em constante transformação, donde surge a necessidade de fundar uma nova lógica que não parta do princípio de identidade (estático), mas do princípio de contradição para dar conta da dinâmica do real, a que chama a dialética.
Para tanto, Hegel desenvolve novo conceito de história, também dialético: o presente é engendrado por longo e dramático processo; a história não é a simples acumulação e justaposição de um processo cujo motor interno é a contradição dialética.
Segundo a dialética, todas as coisas e ideias morrem. Como diz o poeta Goethe: “Tudo o que existe merece desaparecer”. Mas essa força destruidora é também a força motriz do processo histórico. A ideia central é a de que a morte é criadora, é geradora. Todo o ser contém um si mesmo o germe da sua ruína e, portanto, da sua superação. O movimento da dialética se faz em três etapas: tese, antítese e síntese, ou seja:
1. Tese: afirmação;
2. Antítese: negação;
3. Síntese: negação da negação.
Ao explicar o movimento gerador da realidade, desenvolve uma dialética idealista: no sistema hegeliano, a racionalidade não é mais um modelo a se aplicar, “mas é o próprio tecido do real e do pensamento”. O mundo é manifestação da ideia, “o real é racional e o racional é real”. A história universal nada mais é do que a manifestação