historia contemporania
ISSN 2178-0234
EM_______________________________________________________________________________
QUESTÃO
V.06 ♦ N. 02 ♦ 2013 pág.46-62 IDEALISMO E MATERIALISMO, GEOGRAFIA CRÍTICA E A
CONCEPÇÃO DA ABSTRAÇÃO ESPACIAL
MATERIALISM AND IDEALISM, CRITICAL GEOGRAPHY AND THE
CONCEPTION OF SPATIAL ABSTRACTION
José Arnaldo dos Santos RIBEIRO JUNIOR1
Resumo: Propõe discutir a concepção de se pensar o espaço como abstração. A tese da abstração espacial é defendida por intelectuais (VITTE; SILVEIRA, 2011; ALFREDO, 2010a; 2010b) que julgam errônea a assimilação do espaço enquanto materialidade. Buscando estabelecer um diálogo com os intelectuais que defendem a tese supracitada, recupera-se a construção onto-epistemológica da
Geografia Crítica com o fito de mostrar como teóricos dessa corrente (Lacoste, Harvey, Milton
Santos, Quaini) atestaram a primazia ontológica da materialidade do espaço. Dessa forma, os geógrafos críticos fundamentaram-se no materialismo marxiano. Para entender a incorporação do materialismo marxiano na Geografia, recuamos na história com o desígnio de compreender quais as diferenças existentes entre o materialismo de Marx em relação ao de Feuerbach. Assim, escolhemos a obra “Ludwig Feuerbach e o fim da Filosofia Clássica Alemã” de Engels porque ela apresenta uma cosmovisão materialista da história mais evoluída do que “A Ideologia Alemã”, principalmente porque Engels tinha conhecimento da química de Justus Liebig e da Teoria da Evolução de Darwin.
Deste modo, retomamos o confronto entre idealismo e materialismo para sustentar a nossa tese de que a abstração espacial representa objetivamente um retorno ao idealismo, especialmente aos filósofos
Kant e Hegel.
Palavras-chave: abstração espacial, Geografia Crítica, materialismo, idealismo.
Abstract: it proposes to discuss the concept of thinking about space as abstraction. The theory of spatial abstraction is defended by intellectuals (Vitte; Silveira, 2011; ALFREDO, 2010a, 2010b) who judge erroneous