O homem e o capitalismo? Resposta de Marx, Durkheim e Weber
Gilberto de Moura Santos*
Não obstante as divergências teóricas entre estes três grandes autores, todos se preocuparam em analisar e definir a estrutura do capitalismo moderno em comparação com os modos de produção anteriores. Nesta empresa, os autores abordaram, a partir de perspectivas e interesses distintos, as conseqüências da Divisão Social do Trabalho (DST) na sociedade moderna. Os três pensadores buscaram entender as condições organizativas da própria sociedade: o que fundamenta as estruturas sociais (Estado e leis, economia, religião, moral, costumes, etc.); qual a relação entre estas estruturas e as escolhas dos indivíduos. Em outras palavras: quais as possibilidades de autonomia do indivíduo em face das estruturas sociais que, em graus variados e de modos diversos, condicionam suas ações? Estas questões conduzirão esta discussão.
A RESPOSTA de MARX: o Materialismo Histórico
Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado (MARX, 1997: 21).
Marx preocupou-se em identificar o verdadeiro sujeito da história. Para ele, a história universal não é senão aquela da criação do homem pelo trabalho humano. Ou seja, seu motor é a relação (dialética) entre o sujeito (o homem) e o objeto (mundo material) através da qual o sujeito subordina progressivamente o mundo aos seus propósitos. Há de se levar em conta que novas necessidades são geradas nesse processo. As idéias, portanto, não são independentes da experiência, são produto do cérebro humano em transação com o mundo material.
A produção da vida material é a condição fundamental de toda a história; os seres humanos produzem como membros de uma determinada forma de sociedade. A sociedade, por sua vez, é baseada num determinado tipo de relação de produção. No que se refere à