O homem como ser da natureza
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Por maurocastro / 26/11/2010 / Edivaldo de Oliveira Ribeiro, Gadamer / 3 Comentários
Edivaldo de Oliveira Ribeiro
O presente artigo terá por objetivo falar sobre o tema da linguagem, conforme compreendida no pensamento de Gadamer, como o ponto central do ser humano. Então, ao propor este tema é necessário que se fale, também, sobre o homem, uma vez que a linguagem só pode existir por causa do homem e para o homem.
Neste sentido, Aristóteles classifica o homem como o ser vivo que possui “logos” (zoón logikón) sendo essa definição canonizada na tradição ocidental com a forma de que o homem é o animal racional, o ser vivo racional, o ser que se distingue de todos os outros animais pela capacidade de pensar.
Porém, a palavra “logos”, em sua origem, se expressa no sentido de razão, pensar, mas significa também linguagem. Ao definir o homem como zoón logikón, Aristóteles estabelece uma diferença entre o homem e o animal. Os animais possuem a capacidade de se entenderem mutuamente agindo de acordo com seus instintos sendo a eles permitido pela sua natureza chegarem somente a esse ponto. Ao contrário, ao homem foi dada a capacidade do “logos”, isto é, o homem é o único ser que possui a capacidade de raciocinar, pensar e falar. Por meio desta capacidade ele consegue dominar os seus instintos. “Pela fala o homem tem a capacidade de comunicar tudo o que pensa”[1]. Falar aparece aqui no sentido de tornar visível ao outro, pela sua fala, algo que esteja ausente de modo que o outro também possa vê-lo.
No entanto, a linguagem não constitui o ponto central do pensamento filosófico do ocidente. Embora o Antigo Testamento chame a atenção para o fato de Deus ter entregado ao homem o domínio do mundo dando-lhe poder para nomear os seres como melhor lhe conviesse, fora “justamente a tradição religiosa do Ocidente cristão a principal e única responsável pela paralisação do pensamento acerca da linguagem.”[2]