O governo e o mercado e suas relações às matrizes teóricas
Entre os séculos XVIII e XIX, as diversas transformações que marcaram a Europa e o continente americano, possibilitaram o surgimento de novas concepções preocupadas em dar sentido ou teorizar a rápida ascensão do sistema capitalista. Desta forma, diante deste cenário de desenvolvimento das potencialidades industriais e de mercado, marcado pelas divergências de classes sociais, e por conseqüente aumento de suas desigualdades, surgiram duas correntes de pensamento teóricas, na intenção de compreender e interpretar esta realidade: A Matriz teórica Liberal e a Matriz teórica Marxista.
O pensamento Liberal fundamenta-se numa corrente filosófica que foi predominante na Europa durante os séculos XVII e XVIII, o jusnaturalismo. Acreditando que todos os indivíduos são iguais por natureza, e, portanto, dotados de direitos naturais: os direitos à liberdade e à propriedade. Sendo assim, pautavam as relações sociais através deste direito natural, difundindo uma idéia de que se os indivíduos são livres e dotados de direitos iguais, seu fracasso e ou sucesso dependem exclusivamente de seu esforço e dedicação, ignorando as diferenças de acesso aos meios de produção, bens, serviços e riquezas presentes na sociedade capitalista, naturalizando e potencializando essas desigualdades/ diferenças.
No pensamento liberal caberia ao Estado a primazia pelo estabelecimento e cumprimento das leis, não se preocupando em regular o mercado, que se dá de forma livre, incentivando a concorrência. Observa-se a liberdade do direito à propriedade privada e ampla abertura dos mercados, tendo em vista a não intervenção estatal.
A matriz teórica marxista surge da contradição filosófica política trazida pelo liberalismo que tentava naturalizar as desigualdades. O Marxismo não considera o movimento da realidade como aleatório ou indeterminado, pautado por idealismo, mas sim que a história se desenvolve por meio de contradições, no plano