O Governo Allende
Chrislaine Aparecida de Souza
Carmem Guimarães
Flávia Moreira Corrêa
RESUMO
Após a Segunda Guerra Mundial, com a queda dos regimes fascistas, os países latino-americanos se viam livres de suas ditaduras e constituíam um importante passo em direção à democratização, com governos de tendência esquerdista, autorizando a atuação de partidos comunistas e garantindo direitos e participação às camadas operárias. Entretanto, conforme a nova ordem mundial foi se estabelecendo e as vias da Guerra Fria se definiram, era importante para os Estados Unidos que o maior bloco eleitoral das Nações Unidas permanecesse coeso e principalmente, se mantivesse de acordo com seus interesses, numa lógica capitalista, liberal e sem traços de nacionalismo. Logo, os departamentos do serviço secreto criados para barrar o avanço nazista ganharam um novo propósito: impedir o avanço dos ideais comunistas na América Latina. Dentro desse cenário, Salvador Allende é eleito no Chile em 1970. O presente artigo traz então como proposta abordar os aspectos que levaram à queda de Allende em 1973, observando o intervencionismo dos Estados Unidos na América Latina e especialmente no Chile, por intermédio da CIA.
Palavras-chave: Salvador Allende. Chile. Estados Unidos. CIA.
1 INTRODUÇÃO
Nos anos que seguiram a Segunda Guerra Mundial, o que se observava na conjuntura latino-americana era a caminhada dos governos em direção às tendências esquerdistas e à democratização. Caíam assim as ditaduras, e os governos que priorizavam os direitos trabalhistas vinham a ascender através de eleições com considerável grau de participação e se consolidar, com a mobilização das forças populares. Para abordar as transições políticas na América Latina na segunda metade do século XX, é necessário compreender dois pontos fundamenteis, sendo eles o equilíbrio das forças