o golpe da educação
A EDUCAÇÃO NOS “ANOS DE CHUMBO”.
EDUCATION IN "LEADEN YEARS"
Márcia Cristina Amaral da Silva*
CUNHA, Luiz Antônio. GÓES, Moacyr de. O Golpe na Educação. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 1996:
95pg..
O livro O Golpe na Educação escrito por Luiz
Antônio Cunha e Moacyr de Góes, em 1985, encontra-se dividido em três partes e tem como objetivo descortinar o cenário educacional brasileiro a partir de 1964, início da ditadura militar, ao final da década de 1980, com o prenúncio da democratização do país.
A primeira parte, intitulada VOZ ATIVA, elaborada pelo autor Moacyr de Góes, trata dos primórdios da hegemonia militar no governo brasileiro e especifica os movimentos educacionais que acompanharam essa transformação conjuntural.
Subdividida em quatro capítulos, a seção aborda o contexto econômico, político e social da década de
1960, fruto de um processo histórico iniciado com o
Movimento de 1930, bem como as transformações do sistema educacional, com ênfase nas primeiras discussões sobre a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação do Brasil (LDB) iniciada em 1948 e promulgada somente em 1961: uma meia vitória na perspectiva de Anísio Teixeira.
Os movimentos direcionados à cultura e à educação popular como A campanha De Pé No
Chão Também Se Aprende A Ler, o Movimento de
Educação de Base, o Movimento de Cultura
Popular, o Centro Popular de Cultura e o Sistema
Paulo Freire são referenciados como caminhos alternativos, trilhados pelos educadores do período com vistas à superação da marginalidade e de uma educação marcadamente tradicional e elitista.
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O autor finaliza a primeira parte do livro delineando as influências funestas que os acordos
MEC-USAID
proporcionaram à educação brasileira, haja vista o extermínio repressivo dos movimentos de educação e cultura popular com o
“descarte” dos educadores envolvidos neste projeto,
“descarte” este marcado por prisões, exílios e cassações. Na segunda parte, que