O Futuro da Humanidade
Sempre desconfiei de livros cujo prefácio tenha sido escrito pelo próprio escritor da obra por não me parecer muito confiável. Ler o prefácio deste livro de capa muito bonita é como ouvir um monólogo de auto elogio em que o autor, após rasgar seda para si mesmo, expõe um pouco da história que será lida. O problema é que os capítulos 1 a 3 são uma releitura do prefácio o que torna a leitura tediosa.
Vencidos os primeiros capítulos na esperança de encontrar um romance interessante, o leitor se decepcionará profundamente ao se deparar com uma história boba, infantil, ingênua de um estudante de medicina que se choca com o cadáver de um mendigo e ao tentar resgatar o passado deste, encontra um outro mendigo PhD em filosofia que mudará para sempre seu destino e sua vida. O mendigo e o estudante passam a se divertir fazendo discursos inflamados no parque da cidade e, pasmem, todos os passantes param para ouvir e abraçar as arvores e dialogar com as flores. Em meados do livro percebi que não se trata de fato de um romance, mas um livro de auto ajuda disfarçado, com seus tradicionais monólogos longos e intromissões explicativas do autor. Talvez o livro consiga prender a atenção de estudantes de psiquiatria ou psicologia.
Se o leitor decidir lê-lo como mais um livro de auto-ajuda, no que Augusto Cury é expert, talvez consiga vencer o sonífero no qual as páginas foram embebidas. A partir do capítulo 14 a história muda bastante quando o estudante se forma e se afasta um pouco de seu amigo mendigo PhD filósofo. Infelizmente o padrão de narrativa não muda junto com a história. Fazendo uma comparação com o cinema a melhor descrição deste livro poderia se resumir ao bonequinho dormindo na