O fim de um anacronismo
Revolução para completar a Independência
Desde meados do século XIX havia um movimento em Cuba para libertar a ilha do domínio colonial, mas esse objetivo só foi alcançado quando os Estados Unidos venceram a Espanha na guerra de 1898. Embora os cubanos não tenham sido anexados, ficaram com restrições à soberania, como a Emenda Platt à sua Constituição, que autorizava ações militares americanas em seu território e o estabelecimento de uma base naval na baía de Guantánamo. Empresas do poderoso vizinho passaram a dominar os setores-chave da economia da ilha, como açúcar, tabaco e turismo. O crime organizado era muito forte no país, envolvido com drogas, prostituição e jogo.
Os nacionalistas cubanos se ressentiam dessa influência e afirmavam que era necessária uma revolução para completar o projeto da independência, que havia sido interrompido pela interferência dos Estados Unidos, levando adiante reformas sociais mais abrangentes, em conflito com a agenda conservadora dos governos pró-americanos (como mostra Rafael Rojas em Tumbas sin sosiego: revolución, disidencia y exilio del intelectual cubano, Anagrama, 2006). A revolução