o fim da filosofia
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O FIM DA FILOSOFIA
EA TAREFA
DO PENSAMENTO*
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Introdução
Há muitos modos de se falar em "fim da Filosofia". Antes de Heidegger, sobretudo
Marx e Wittgenstein quiseram abrir duas portas para o fim da Filosofia. Em Marx ela deveria chegar ao fim através da transformação da Filosofia em mundo, de sua "supressão" na praxis. Em Wittgenstein a Filosofia deveria assumir, de uma vez, sua única função: realizar a terapia da linguagem. Cumprido tal trabalho, ela "desapareceria".
Marx confundiu a Filosofia com as filosofias de seu tempo, e nas exigências que levantava não estava contida a supressão da Filosofia, mas o caminho para uma nova realização da Filosofia. Em Wittgenstein, a afirmação de que a Filosofia desapareceria, uma vez resolvidos os problemas da linguagem, revela, de um lado, a descoberta de uma nova tarefa para a Filosofia, mas de outro, também, a ignorância de que de uma tal tarefa surgiriam questões de método das quais o próprio Filósofo não mais tomou consciência e que precisamente implicam uma continuação da Filosofia.
Tanto Marx como Wittgenstein, um buscando a supressão da Filosofia e outro seu desaparecimento, abriram novos horizontes para o pensamento cujo fim anunciaram.
Para Heidegger o fim da Filosofia é o "fim" da Filosofia enquanto Metafísica. A
Metafísica atingiu suas "possibilidades supremas" dissolvendo-se no surto crescente das ciências que esvaziam a problemática filosófica. O Filósofo reserva, porém, um novo começo para a Filosofia, superando a Metafísica. Heidegger afirma que no fim da Filosofia
(como Metafísica) resta uma "tarefa para o pensamento". Esta tarefa é a questão do pensamento. "A última possibilidade" — a dissolução da Filosofia nas ciências tccnicizadas — acaba