O fantástico nos contos de três amazonenses
BENJAMIN SANCHES E CARLOS GOMES
AZEVEDO, Kenedi Santos[1]
RESUMO: O presente artigo tem o propósito de analisar os contos dos escritores Arthur Engrácio, Benjamin Sanches e Carlos Gomes sob o viés da Literatura Fantástica. Haja vista que a contística amazonense está repleta de narrações nas quais o Fantástico e seus subgêneros – Fantástico-estranho e Fantástico-maravilhoso –, surgem através de eventos considerados sobrenaturais em seus conteúdos. Para tanto, tomar-se-á como perspectiva a teoria da literatura fantástica do estudioso Tzventan Todorov (2010) que diz “o fantástico é a hesitação experimentada por um ser que só conhece as leis naturais, face a um acontecimento aparentemente sobrenatural” (p. 31) e de outros que abordam esse gênero na atualidade, como Filipe Furtado (1980), para o qual “Só o fantástico confere sempre uma extrema duplicidade à ocorrência meta-empírica” (p.35) e Vânia Pimentel (2002) que acrescenta “... tudo que escapa à compreensão comum, lógica racional, ou, ainda, o que gera hesitação, medo angústia, conservando-se a dúvida até o final, [é] condição indispensável ao gênero” (p. 20).
PALAVRAS-CHAVES: Literatura Fantástica; Conto amazonense; Autores
1. Introdução
A Literatura escrita no Amazonas é conhecida por ter como pano de fundo, na maioria dos casos, marcas regionalistas: a floresta, o caboclo, o rio, as lendas, etc. O objetivo deste trabalho é fazer uma abordagem onde colocar-se-á a contística amazonense, em especial as obras A Vingança do Boto, Contos, de 1995, , o outro e outros contos, de 1998, Mundo mundo vasto mundo, de 1996, de Arthur Engrácio, Benjamin Sanches e Carlos Gomes respectivamente em uma perspectiva do Fantástico, sem deixar de lado os topoi citados anteriormente. A escolha das obras acima referenciadas deu-se por conterem em suas narrativas cenas entendidas como insólitas, fora do comum e às vezes inverossímeis para a realidade humana, fazendo perguntar