O facto e a ficção em Memorial do Convento O sonho de Bartolomeu de Gusmão, pioneiro da aviação em Portugal: história e ficção, tecnologia e alquimia em Memorial do Convento.

1653 palavras 7 páginas
O facto e a ficção em Memorial do Convento
O sonho de Bartolomeu de Gusmão, pioneiro da aviação em Portugal: história e ficção, tecnologia e alquimia em Memorial do Convento.

Memorial do Convento é uma das mais importantes obras da literatura portuguesa do sec. XX. Este romance histórico, cuja acção se desenvolve no reinado de D. João V, explora temas polémicos da época, como a Inquisição, a exploração e escravatura dos mais humildes, as diferenças sociais existentes, etc..
A obra conta a história da construção do Palácio Nacional de Mafra, normalmente designado por convento, fruto de uma promessa feita pelo rei para obter descendência. Uma vez que D. Maria Ana confirma que está de esperanças, o rei procede à construção da obra.
Milhares de pessoas trabalham arduamente na sua construção e para que tudo seja do agrado do rei, o qual também é conhecido pela sua excentricidade. Toda esta exploração do povo, pela parte dos mais poderosos, é criticada pelo autor, José Saramago, ao longo de toda a obra.
Paralelamente, é também narrada a vida de um casal, Baltasar e Blimunda, que viviam na época descrita e presenciavam todos estes acontecimentos de um ponto de vista humilde. Conheceram-se num auto-de-fé, onde Sebastiana Maria de Jesus, mãe de Blimunda, é punida e acusada de bruxaria. Desde esse momento, nunca mais se separaram.
Baltasar era um antigo soldado que perdera a mão numa batalha e, não sendo mais útil para combater, foi totalmente desprezado pelos seus superiores, obrigando-o a tentar encontrar um rumo para a sua vida por conta própria. Este encontra o amor ao lado de Blimunda, uma mulher com características muito especiais. Uma vez em jejum, Blimunda tinha a capacidade de ver as pessoas por dentro e recolher vontades.
O casal tem um amigo padre, Bartolomeu Lourenço de Gusmão, cujo sonho da sua vida passava por voar. De tal forma que desafiou o casal para a construção de uma máquina voadora, à qual chamaram de “passarola”.
No pensamento doutrinário do Padre

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