O exílio do sagrado
" O exílio do sagrado "
O autor, Rubem Alves ( O que é religião -São Paulo, Ed. Loyola / 2012) aborda as diferenças existentes entre as coisas do mundo humano e as coisas que constituem a natureza.
Na Idade Média e em grande parte do mundo, era compreendido os processos da natureza entre fenômenos materiais e espirituais pela subordinação das necessidades individuais às da comunidade. Para o homem medieval, a realidade era sagrada por ter sido estabelecida por Deus e cabia ao homem contemplar e compreender a harmonia existente no universo.
Na Idade Moderna , a natureza da ciência medieval começou a sofrer radicais mudanças. A visão de um mundo orgânico, vivo e espiritual, passou a ser substituída pela noção do mundo-máquina, composta de objetos distintos, decorrentes das mudanças revolucionárias na Física e na
Astronomia.
David Hume e os filósofos da época, sugerem um critério de conhecimento a partir da experiência, de que só podemos chamar de verdadeiras as coisas que podemos comprovar, que as coisas ditas e pensadas devem corresponder as que são vistas e percebidas e eles sugerem um método para que todas as coisas possam ser vistas, observadas e comprovadas. Para só assim serem ditas como verdadeiras.
Na Idade Média, surge uma nova classe social e com seu novos conceitos e pensamentos, começam a destituir os símbolos do mundo medieval e fazendo perecer as coisas do mundo religioso inúteis. O sagrado passou a não mais comanda o mundo e a natureza, colocando a responsabilidade sobre o homem para dar respostas ao conhecimento e consequentemente gerar bens e riquezas. Porém, ainda que o homem tenha colocado nas ciências as respostas para as coisas do mundo o homem não deixou de ter sentimento religioso.
A partir destas transformações a religião passa a ser pensada sobre uma nova perspectiva articulada à concepção do homem, da economia sem abandonar ainda que