O exército republicano irlandês e a guerra civil espanhola e a questão basca
A questão irlandesa entre católicos e protestantes teve início com a própria história do Reino Unido. No início do século XII, a Ilha da Irlanda, então dominada pelos normandos, foi cedida ao rei inglês Henrique II. Por volta de 1534, um episódio entre o então soberano Henrique VIII e o papa Clemente VII foi utilizado pela nobreza inglesa, descontente com os tributos pagos a Roma, para romper seus laços com a
Igreja Católica. O rei pretendia anular seu casamento com Catarina de Aragão, membro da Casa Real Espanhola, para se casar com Ana Bolena. Como o papa, pressionado por Carlos V, rei da Espanha e do Sacro Império Romano-Germânico, não o atendeu, Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica e criou a Igreja
Anglicana (protestante). Além da questão matrimonial, com isso se resolveu o problema dos tributos.
Durante os séculos XVII e XVIII, sucessivas migrações inglesas para a Irlanda contribuíram para expandir o poder protestante na região, assim como por deflagrar a perseguição contra os católicos da ilha. Como resultado da instabilidade interna, em
1801, foi assinado o Union Act, ato por meio do qual o Reino Unido da Grã-Bretanha anexa a Irlanda, transformando-se em Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda.
No século seguinte, católicos irlandeses organizaram um movimento de resistência colonial em defesa da independência da Irlanda. Foi nesse contexto que surgiu o IRA
(Exercito Republicano Irlandês) e o Sinn Feinn, organização política de base católica irlandesa. Na páscoa de 1916, conflitos entre católicos e protestantes resultaram na Revolta da
Páscoa, responsável por deflagrar a Guerra Anglo-Irlandesa, ocorrida entre 1918 e
1922. Como resultado da guerra, as partes assinaram o primeiro Ireland Act, documento responsável pela formação do Estado independente do Eire, ao sul da ilha, com maioria da população católica e associado à Grã-Bretanha. Na porção norte da ilha, com predomínio protestante,