ETA e IRA
A imprensa internacional, nas últimas décadas, tem dado destaque às atividades do grupo basco ETA, que, por meio de seus atentados, se chocava com o Estado espanhol. Seu objetivo era conseguir a independência do País Basco. No último dia 10 de janeiro, 51 anos após o início de suas atividades, o grupo basco ETA anunciou, no jornal independente basco, Gara, uma trégua geral e permanente.
O País Basco é uma das dezessete comunidades autônomas existentes na Espanha. Sua denominação oficial é Comunidad Autónoma del País Vasco, em espanhol, e Euskal Autonomia Erkidegoa, no idioma basco. O principal componente da questão basca é a luta pela manutenção da sua identidade, língua, cultura e modo de vida, em oposição a serem incorporados e superados por outra cultura. Nesse contexto, a soberania política é vista como a única maneira de assegurar o futuro do idioma basco, o euskara, da mesma forma que a manutenção de qualquer política desenvolvida pelo governo basco.
Nos anos subsequentes à Guerra Civil espanhola, o País Basco continuou a enfrentar dificuldades econômicas, fome e repressão brutal. Propriedades foram confiscadas e empresas fecharam. Os assassinatos e execuções não tiveram fim com a guerra e o regime político estabelecido foi contra a expressão da cultura basca. Isso gerou um trauma coletivo, entendido como sentimento nacional.
Cabe ressaltar, igualmente, que nem todos os bascos são a favor do ETA ou mesmo do nacionalismo. Internamente, os que não querem se envolver no conflito ou não levantam a bandeira nacionalista ficam sujeitos à repressão do grupo. Muitos bascos, inclusive, deixam o país por conta disso. Outra crítica contundente se remete ao fato de que mesmo depois de instaurada a democracia, o ETA continuou agindo por meio violentos, ceifando a vida de vários civis inocentes, incutindo medo na população e ferindo a todos os princípios dos Direitos Humanos.
Trata-se de uma questão importante para as Relações Internacionais,