O Existencialismo
Introdução
No século XX, dentre as manifestações filosóficas que surgem no centro da crise da civilização ocidental, desenvolvem-se teorias que concentram suas investigações nos problemas atinentes aos indivíduos em sua existência efetiva e cotidiana. Denominadas de existencialistas, essas filosofias procedem da proposta fenomenológica de Edmund Husserl (1859-1938), mas deslocam suas atenções para as questões da existência humana.
Certamente, os existencialistas não são os primeiros a refletir sobre a existência dos seres humanos, pois as interrogações acerca dos homens e do sentido de sua vida são quase tão antigas como a própria filosofia ocidental, remontando aos filósofos gregos, especialmente a partir de Sócrates. O existencialismo, porém, é uma vertente filosófica original, porque não aspira a uma definição de uma natureza humana a partir da qual se possa construir um modelo universal de conduta para os homens individuais, ao contrário, privilegia a existência dos seres humanos individuais, dedicando-se ao exame das possibilidades que se abrem aos homens como seres existentes no mundo. Assim sendo, são características do existencialismo:
a) O interesse pelo ser humano em sua existência singular e concreta. A problemática existencial relaciona-se intimamente aos indivíduos, versando sobre aquilo que é vivo em cada um de nós.
b) A tese do homem como possibilidade ou como um “pode ser”. Os homens efetuam escolhas em suas relações com o mundo, e com essas decisões definem o seu ser.
c) A concepção de finitude humana. Não há uma eternidade e também, ao escolhermos algumas dentre as muitas alternativas que se oferecem a nós, abdicamos de todas as outras. Não podemos consumar todas as nossas possibilidades.
d) A noção de transcendência do ser humano. Os homens devem transcender, ou seja, ir além de sua condição inicial e ao encontro de suas possibilidades. Afinal, o homem é um “poder ser”. Precisamos correr os riscos das decisões que sempre