O Estudo Das Sociedades Complexas FICHAMENTO
No texto em questão, Gilberto Velho e Viveiros de Castro refletem sobre a contribuição da antropologia para o estudo das sociedades complexas. Para iniciar a reflexão os autores fornecem um breve histórico da noção de cultura, cujo desenvolvimento está imbricado à história da antropologia.
Partindo da formulação erigida por Tylor, os antropólogos passam a reconstruir o percurso tanto da disciplina quanto do conceito.
“Cultura ou civilização... é este todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, leis, moral, costumes, e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro da sociedade” (Tylor)
Na definição acima, cultura e civilização se apresentam como termos de mesmo sentido e valor. Apesar de [a definição] marcar a entrada do conceito de cultura no campo da antropologia, a identidade entre civilização e cultura foi logo preterida. Enquanto aquela se associou à concepção do ocidente acerca de si mesmo, esta foi operacionalizada pela antropologia como conceito como conceito chave para elaboração de um discurso ocidental sobre o Outro.
Desse modo, de acordo com os antropólogos, não por acaso a antropologia se estabelece como ciência da diversidade cultural nos idos do séc. XIX. Visto que não é a primeira elaboração teórica que busca dar conta da diversidade humana, a antropologia se funda enquanto ciência cronologicamente enquanto a Europa colonialista se expande para os recônditos do globo e se coloca inevitavelmente em relação com os povos ditos exóticos.
A partir de então o evolucionismo se firma como a primeira explicação científica da diversidade humana. Fundamentadas pela teoria de Darwin, que postulou a origem única da espécie humana, as teorias evolucionistas buscaram resolver a contradição entre a unidade da espécie e a diversidade das culturas inserindo-as em um eixo que organizava as sociedades partindo das mais simples às mais complexas e propondo um