O Espet Culo Das Ra As
Em o Espetáculo das raças Lilia Schwarcz procura demonstrar como se deu, a construção das teorias raciais européias e entender a relevância e as transformações dela no Brasil entre os anos de 1870 e 1930. A autora destaca tanto a relevância de reconstrução de conceitos e modelos, como os contextos em que essas teorias foram inseridas no Brasil. Dessa forma, o que importa para ela é a compreensão de como o argumento racial foi política e historicamente construído, assim como o conceito “raça” que além de sua definição biológica acabou recebendo uma interpretação, sobretudo social. Das teorias raciais no país se faz necessário para refletirmos sobre a origem do pensamento racial brasileiro na adaptação ao modelo de sucesso Europeu. Apesar de chegar tarde ao Brasil, as teorias raciais são acolhidas com entusiasmo pela pequena elite “pensante” nacional dos diversos estabelecimentos de ensino e pesquisa da época. Os chamados “homens de Sciencia” foram incumbidos da missão de refletir sobre a nação Brasileira, seu futuro e seus impasses, definidos como intelectuais que lutavam pelo progresso científico do país. As teorias raciais europeias como o evolucionismo, o positivismo, o naturalismo, o social darwinismo, começam a difundir-se a partir dos anos de 1870. Estas teorias passaram por adaptações, sendo atualizadas de acordo com o contexto político e social brasileiro, ou seja, os intelectuais da época aproveitavam o que imaginavam combinar com o país e descartaram o que, de acordo com Lilia Schwarcz, era problemático para a construção de uma discussão racial sobre a nação. As teorias raciais de então, transformam-se em um argumento de sucesso para o uso de critérios diferenciadores de cidadania, bem como meio de pensar um projeto civilizatório para o país, além de confirmar