O ensino do português como língua materna e a postura do professor
Tema: O ensino do Português como língua materna e a postura do professor
É extremamente visível a disparidade entre a variedade dominante, língua culta, variante essa abordada nas gramáticas e nos livros didáticos, e a língua oral, variante essa dominada pelo aluno. Um dos principais equívocos cometidos, é o que diz respeito a ausência de concordância do verbo com um pretenso sujeito, nas chamadas passivas sintéticas, por exemplo: "Faz-se unhas". Em relação a essa analise o professor de língua portuguesa persiste em considerar como passivas e não como portadoras de sujeito indeterminado. Um outro fator a ser citado é o emprego das relativas, principalmente das preposicionadas, por exemplo: "Eu conheci um rapaz que fala umas vinte línguas". Enquanto, que na modalidade oral temos o pronome lembrete, por exemplo: "Eu conheci um rapaz que ele fala umas vinte línguas". No paradigma da variedade dialetal, encontra-se disparidades de ordem regional e social. Considerando-se o fato de que as línguas são sistemas de convenções humanas, nenhuma forma de estrutura linguística será "boa ou ruim" ou "certa" e "errada". Será simplesmente, mais adequada ou menos adequada do que outras, específica a determinadas situações. Portanto, é extremamente eficaz cultivar a competência comunicativa, estimulando a capacidade do estudante de reconhecer as diversas variedades de linguagem e o emprego, de maneira adequada e coerente a cada uma das situações e os atos de fala. A função do professor de língua materna é ensinar como a língua funciona. Sabe-se ainda que o ensino da variedade de prestígio é uma forma de promoção social, mas o professor não deve omitir o ensino de outras variedades lingüísticas. Um conhecimento suficiente amplo da língua deve incluir a consistência da existência de múltiplas variedades de língua. Deve-se incluir também a convicção de que essas variações regionais, profissionais, etárias, todas são igualmente válidas e possuem o mesmo grau de