O ensino de história e cultura afro-brasileira e africana nas salas de aula e a questão da intolerância da sociedade brasileira
Por Luis Henrique Cavalcante Sobrinho
A proposta deste artigo é tentar identificar comportamentos reveladores de intolerâncias para além de raciais e sim religiosas na sociedade que mascara esse preconceito. Esta análise, no entanto não busca de modo algum dissociar um tema do outro, o que pretendo é, ao aproximar ambas as discussões, consiga fazê-lo sob a lógica da intolerância.
Intolerância é dos temas mais densos da atualidade. Revela muito do que pretende dizer apenas ao ser enunciada. Abrange muitos acontecimentos em muitos lugares e pode ser encontrada em pequenas atitudes no dia-a-dia que mascaram sua real presença.
Existe um mito de falsa aceitação na sociedade brasileira, disseminado por grupos ou indivíduos que precisam vender uma imagem de um país muito mais que construir um país de verdade. Frases como o Brasil não é racista, ou homofóbico, apenas revelam que uma parcela da sociedade, sente-se muito confortável criando uma ideia de sociedade ideal, ignorando tendenciosamente ou não, fatos que escancaram e vão de encontram ao mundo encantado proposto pelos referidos pequenos grupos.
O prisma teórico pelo qual analisarei o presente tema é a lógica de aceitação presente em Norbert Elias com a divisão de Estabelecidos e Outsiders. Desta forma podemos enquadrar uma explicação histórica da construção da intolerância em uma sociedade que sempre criou profundas diferenças entre homens brancos e negros e também entre homens cristãos e não-cristãos, comum modelo teórico pertinente e que cabe como uma luva no ponto em que pretendo chegar.
O Início da discussão
Brevemente quero discutir as raízes da intolerância Religiosa e Racial. Considero que sejam complementares os comportamentos preconceituosos que inspiram a sociedade. Um nasce do outro e o sustenta e o justifica. No século XVI temos a Igreja Romana em crise, que