O enigma do galinheiro
A narrativa de enigma tem como personagens o criminoso, a vítima, os suspeitos, o detetive.
A narrativa se desenvolve a partir de um crime cometido, e o leitor acompanha todos os procedimentos da investigação, por meio do olhar do narrador. Uma das características da narrativa de enigma é o fato de que a história da investigação é freqüentemente contada por um amigo do detetive, no papel de narrador. Esse, na maioria das vezes, reconhece estar escrevendo um livro e, assim como o leitor, desconhece o que vai acontecer, ao longo da história – o que ajuda a criar o suspense…
MOMENTO DE ESTUDO
Você vai ler um conto de enigma. Atenção aos detalhes: são eles que ajudam a desvendar o mistério.
O incrível enigma do galinheiro
Isso aconteceu numa época em que o grande detetive Sherlock Holmes estava aposentado e um tanto esquecido. Em Londres, onde morava, ninguém mais o chamava para elucidar mistérios. Conformava-se dizendo: não se fazem mais bandidos como antigamente.
Meu tio Clarimundo, leitor das aventuras de Sherlock, foi quem decidiu contratá-lo. Mas que não trouxesse seu secretário doutor Watson, que só servia para ouvir no final de cada caso a mesma frase: “Elementar, Watson”.
— Mas se trata dum caso tão insignificante — protestou mamãe.
— Insignificante? Esse enigma está nos pondo malucos.
Alguém andava assaltando nosso galinheiro. A cada dia sumia uma galinha. Quem faria isso estando a casa cercada de paredes de imensos edifícios? Não havia muro para saltar. Nem grades para pular. E na casa só morávamos eu, meus pais, tio Clarimundo e Noca, a velha empregada. Um enigma muito enigmático, sim.
Sherlock Holmes chegou e hospedou-se no quarto dos fundos. Ele, seu boné xadrez, seu cachimbo, lógico, e mais logicamente sua lupa, que aumentava tudo. Chegou anunciando:
— Chamarei esta aventura "O caso das galinhas desaparecidas". Ou ficaria melhor "O incrível enigma do galinheiro"?
— Ambos são bons, mas...
— Na maior parte das