O dilema de clayton christensen
Clemente Nobrega- agosto 2011
O livro mais recente de Clayton Christensen é decepcionante. Em parte (pequena parte), isso se deve à expectativa que se cria a cada livro dele por conta de seus trabalhos anteriorestrabalhos que o transformaram no pesquisador de reputação mais sólida em inovação empresarial. Christensen nos acostumou a esperar coisas boas dele. Escrito com Jeff Dyer e Hal Gregersen –The Innovator´s DNA-Mastering the Five skills of the disruptive Innovator´s;Harvard Business School Press, 2011-é,segundo os autores, o resultado de oito anos de pesquisas . A decepção maior é porque todas as suas “descobertas” já foram, bem.. descobertas antes. Originalidade perto de zero. O pouco digno de nota não justifica um livro “by Christensen”. Mas há mais razões que impedem que “O DNA do inovador” seja uma obra admirável. Não vamos nem esmiuçar o (problemático) método usado: buscar linhas mestras para o sucesso a partir do estudo de comportamentos e atitudes que deram certo. Claro que surgirão características comuns entre os “de sucesso”. Se você estudar uma amostra de pessoas que vieram da pobreza e ficaram milionárias, vai ver que quase todas têm grau de tolerância ao risco maior do que a média, o que pode ser uma condição necessária para terem enriquecido, mas nunca é suficiente. O cemitério está cheio de gente que se expôs ao risco e morreu mais pobre ainda. Os autores fazem uma brevíssima menção a isso antes de começarem a entoar a seu mantra: todo mundo pode desenvolver as características que vitoriosos como Steve Jobs, Jeff Bezos, ou os criadores do Google, têm. Você não precisam ser eles para ser como eles. Afirmam isso, mas passam o livro inteiro se contradizendo. É a “contradição do inovador”, talvez. Tudo bem. Esqueçamos questões de método e busquemos logo as descobertas centrais da pesquisa. O problema é que, para chegar lá, temos de abrir caminho através de uma densa barragem de abobrinhas e platitudes com que o