O destino de Margarete Buber-Neumann
O destino de Margarete Buber-Neumann é bastante singular e merece ser acompanhado em detalhes. Nascida em 1901 em Potsdam, cidade monarquista e militar, aquela que então se chama Grete Thuring cresceu numa família de burgueses modestos, eles mesmos oriundos de famílias camponesas. Um conflito latente, que provavelmente será responsável pelas primeiras opções da jovem, opõe seus genitores entre si. O pai é admirador da disciplina militar prussiana, do espírito monárquico e nacionalista; já a mãe tem convicções liberais e simpatias socialistas. A jovem Grete e suas irmãs tornam-se membros das Wandervogel, organização da juventude apolítica, mas opostas as convenções da vida burguesa e animada por um espirito romântico; sua divisa é: “Veracidade interior, pureza exterior”. Quando a Primeira Guerra Mundial traz seu lote de sofrimentos, as jovens integrantes do movimento começam a buscar responsabilidades sociais. Em 1921 Grete torna-se membro da Juventude Comunista e em 1926, entra para o partido. A partir do momento que abraça a fé comunista, a pessoa passa a não ter mais a vida privada separada de sua vida publica. Grete rapidamente aprende isso, as próprias custas. Em 1920, no ambiente dos judeus de esquerda, ela trava conhecimento com Rafael, começa a viver com ele e quando atinge a maior idade ela desposa-o. Deste casamento nascem duas filhas, mas em 1925 eles se separam, depois de alguns anos Grete perde a guarda das filhas para sua sogra, fazendo assim pouco contato com as meninas. O partindo Comunista assemelha-se com a experiência religiosa, no qual proporciona as mesmas vantagens: adesão a ideias elevados, sentimento de pertencer uma comunidade, conforto trazido pelas certezas dogmáticas. Em 1929 ela conhece Heinz Neumann e começa a viver com ele, porem nunca se casaram. Eles eram próximos a Stalin, mas com o passar do tempo sua posição violenta antinazista é percebida como “desviacionista”, e