O descredenciamento filosófico da arte
Danto inicia a sua reflexão estética citando a crítica do poeta Wystan Hugh Auden na qual ele demonstra um paradigma de impotência artística, afirmando que “a poesia nada faz acontecer”. Para ele, suas poesias não influenciavam em nada no âmbito político, visto que com tantos poemas escritos, nenhuma vida com isso foi salva. Alterando a vida das pessoas ou não, a arte e a política sempre estiveram ligadas, como aconteceu no período em que surgiu o Jazz, Os Beatles, etc. Entretanto, mesmo as obras com intenção de crítica social e política, tinham a tendência de provocar no máximo uma admiração dirigida a elas e uma autoadmiração moral para aqueles que a admiravam, não atingindo o seu principal objetivo de conscientizar. Se Auden está correto e o único papel político da poesia seria esse ofício cerimonial, desviante e consolatório, Danto questiona: por que é tão difundida essa atitude política de que a arte é perigosa? No decorrer do ensaio, ele pretende desenvolver que a arte não vem do conhecimento histórico, mas sim de uma crença filosófica, visto que ela é baseada em teorias da arte desenvolvidas por filósofos, talvez por terem sentido certo perigo na arte. Assim, como apresentado por Auden, representar a arte como algo que nada pode fazer acontecer não é tão oposto ao ponto de vista de que a arte é perigosa. Ele vê isso como um modo de responder ao perigo sentido na arte tratando-o metafisicamente como se não houvesse nada a temer. Por conseguinte, a fim de responder algumas questões sobre o que é arte, o que ela pode ou não fazer, qual o seu papel no plano político, Danto inicia uma arqueologia nas teorias que ele considera descredenciadoras da arte. Introduzindo pelo estado de guerra entre a filosofia e a arte que se destacou no início dos tempos com Platão, que a identificava como criação de aparências das aparências, distante da realidade à qual se dirige a filosofia. Danto faz um