O Criar e a Plasticidade do Passado
Afonso H Lisboa da Fonseca, psicólogo.
Laboratório Experimental de Psicologia Fenomenológico Existencial
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Maceió AL
2000
O CRIAR E A PLASTICIDADE DO PASSADO
Afonso H Lisboa da Fonseca, psicólogo.
Poeta, advinho e redentor do acaso, ensinei-lhes a trabalhar o futuro e, criando, a libertar tudo o que já foi.
Libertar o passado no homem e transformar o 'era' até que a vontade possa dizer: 'Mas foi assim que eu quis! É assim que eu quero!
Foi isto que eu chamei a sua salvação, isto só que eu lhes ensinei a chamar salvação.
(Nietzsche, in Assim Falou Zaratustra, p.196)
O presente e o passado na terra -- meus amigos! Eis, para mim, a coisa mais intolerável; e eu não conseguiria viver se não fosse ao mesmo tempo um vidente do que deve fatalmente acontecer.
'Um vidente, uma vontade, um criador, um futuro e uma ponte para o futuro... e -- oh!, sorte! -- de certo modo também um doente que se encontra nesta ponte.
'Caminho entre os homens como entre fragmentos de futuro, desse futuro que contemplo. E tudo o que faço e me proponho a fazer destina-se a realizar e a reunir numa única coisa o que está fragmentado e tudo o que é enigma e acaso cruel.
'E como aceitaria eu ser homem, se o homem não fosse também poeta e decifrador de enigmas e o redentor do acaso!
'Libertar os homens passados e transformar todos os 'Aconteceu' em 'Foi assim que eu quis' -- eis o que, antes de qualquer coisa chamo redenção.
(op. cit. p.137).
'Pelos meus filhos quero resgatar o facto de eu ser o filho de meus pais: e por todo o futuro -- este presente!"
(op.cit. p.118)
Um dos aspectos mais curiosamente interessantes da filosofia da vida de F. Nietzsche é, em contraste com a perspectiva do senso comum, o desvelamento de uma perspectiva, e a ênfase em uma